Uberlândia recebe o blogueiro e mochileiro argentino Thomas Etcheverry

12/02/18

Por Amanda Marques
Fotos:  Amanda Marques e arquivo pessoal

Conhecer novas culturas, fazer novas amizades e amor ao futebol, são os principais elementos que levam o argentino, de 24 anos, Thomas Etcheverry a viajar pelo mundo. Desde os 16 anos o bonaerense da província de Buenos Aires, Francisco Alvarez, tem como estilo de vida explorar novos lugares. Nesses 8 anos de estrada já conheceu 19 países, entre os quais, Japão, Colômbia, Alemanha, México e Brasil, sendo uma média de 120 cidades. Sua preferência é ir a locais não muito procurados por turistas, porque para ele todos os lugares do mundo têm a sua peculiaridade. “Não tendo tantos turistas é possível explorar melhor a cidade. Gosto de apreciar a cultura local e além disso lugares desconhecidos são interessantes por sua história, gastronomia, modo de vida etc.”, disse Etcheverry.

Thomas, que pegou a estrada no dia 9 de janeiro, e tem como principal objetivo nessa expedição assistir ao jogo do Flamengo X River Plate, está em Uberlândia, Minas Gerais, a convite de amigos. De Buenos Aires até chegar ao Triangulo Mineiro, o mochileiro, que viajou de carona, passou por Rosário, Santo Tomé (Corrientes), Uruguaiana (Rio Grande do Sul), Bella Unión (Uruguai), Gobernador Virasoro (Corrientes), Apóstoles, Pousadas (Missiones), Encarnación (Paraguai), Puerto Iguazú (Missiones), Foz do Iguaçu e São Paulo.

Para ele é preciso duas coisas para realizar um projeto de vida como esse: primeiro é à força de vontade e segundo é a inteligência para resolver problemas durante a viagem. Além de caronas, Etcheverry, para obter renda, traz de outros países artesanatos e roupas para vender, presta serviços comunitários, conta com a indicação de amigos e a ajuda de aplicativos, que hoje a tecnologia oferece. Ele nunca teve problemas ao usar o CouchSurfing, WorldPackers ou grupos de Facebook para se hospedar ou se locomover: “Felizmente, sempre encontrei boas pessoas. No começo temia o que poderia enfrentar. Mas sempre busquei resolver da melhor forma, conhecendo os meus limites e confiando mais em mim.” 

Sobre a receptividade das pessoas em ajudá-lo, Thomas afirma que nunca sofreu preconceito, ou, pelo menos, nunca soube de alguém que não o ajudou por receio de alguma coisa. “Eu sempre tento ser eu mesmo em todos os lugares; a minha essência não muda. Sou uma pessoa transparente e tento mostrar como sou desde o primeiro momento.”

Thomas disse que não tem medo de viajar sozinho dessa forma pelo mundo, mas aconselha a quem quer seguir esse caminho a tomar cuidado. “Já vivi uma situação de um tornado e uma vez eu e um outro argentino estávamos pegando carona em uma cidade, quando aproximadamente oito pessoas queriam roubar nossos pertences usando machados e facas quando estávamos em um caminhão de carga. Porém conseguimos fugir e nos protegermos. Mas nem por isso desisti de continuar viajando pelo mundo. A única coisa que tenho medo é que o tempo passe rápido e eu não realize os meus sonhos. A certeza que tenho é que o presente é hoje e nada mais do que hoje ...”

Das viagens, Thomas procura levar o melhor de cada lugar e garante que aprendeu grandes coisas. “Aprendi a conhecer uma das paixões da minha vida, que é viajar; aprendi também a conhecer-me, a valorizar-me, a valorizar do mais simples como um banho quente, um copo de água, um prato de comida e um lugar onde dormir. Aprendi a saber onde meus limites alcançam, aprendi a saber como parte do mundo funciona, aprendi muito sobre diferentes culturas, como cada parte trabalha as relações diferentes entre perdão, convivência, amor e comunicação. Eu aprendi sobre a verdadeira amizade, a viver com intensidade e a ser feliz com tão pouco.” 

Além de acompanhar o seu time do coração - River Plate - ele tem outros planos no Brasil. “Quero trabalhar em um hostel e também rever amigos do Rio de Janeiro, em uma favela que morei há quatro anos, por um período de um ano. Depois volto para Buenos Aires para trabalhar até o final de abril e, em maio, viajo para a Inglaterra, onde vou visitar amigos e fazer um passeio pelos países da Europa Oriental para chegar à Rússia e assistir à Copa do Mundo e torcer para a Seleção Argentina”. 

Thomas, em parceria com outra blogueira, mantêm um perfil atualizado nas redes sociais, o “Pasión Mochilera”, para divulgar e dar dicas sobre viagens. “O objetivo do blog é, basicamente, incentivar as pessoas a viajar, tirar seus medos. Fornecemos informações para conheçam os pontos turísticos, visitem e gastem menos em cada lugar. Também estamos investindo em equipamentos como câmeras e drones, para encontrar e receber propostas de empresas de viagens, roupas, produtos etc. Podemos promover esses segmentos enquanto viajamos pelo mundo.”

Em Uberlândia, Thomas visitou alguns lugares e teve a oportunidade de assistir à partida de futebol entre o Uberlândia e o América pelo Campeonato Mineiro. “O que eu observo é que o lugar é muito calmo e que há muitas possibilidades de crescimento. As pessoas são muito gentis e alegres. Gostei de participar do jogo onde conheci o estádio e como o futebol é vivido nesta cidade acolhedora. Recomendaria viajantes a visitar esta cidade e conhecer parte da cultura mineira.”

Thomas não descarta a possibilidade de voltar à Uberlândia. “Sempre acabo voltando aos lugares que conheço. Rio de Janeiro e Colômbia já visitei mais de três vezes, por exemplo, sem contar que o mundo dá voltas.”, finaliza o blogueiro, do perfil de Instagram @Pasiónmochilera, Thomas Etcheverry.

Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles

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