Pedro Popó completa 40 anos de Jornalismo e se prepara para lançar mais dois livros

14 de Junho de 2021 às 21:00

15/06/21

 

Por Amanda Marques

Fotos: arquivo pessoal Dr. Pedro Divino Rosa 

O jornalista, escritor e advogado, Pedro Divino Rosa, conhecido no meio jornalístico como Pedro Popó, iniciou sua carreira em 1981 na cidade de Araguari, no Jornal Ventania, mas ainda no mesmo ano foi chamado para trabalhar no Jornal Primeira Hora de Uberlândia. Trabalhou também na Rádio Cultura, Rádio Difusora, O Triângulo, Jornal Correio de Uberlândia e no Estado de Minas. Como assessor de imprensa trabalhou na Câmara Municipal de Uberlândia, no consórcio Vale/Cemig no Espírito Santo e Leste de Minas e atualmente é jornalista da Prefeitura de Uberlândia, cedido para a 1ª DRPC – Delegacia Regional de Polícia Civil.

Ao logo da sua carreira profissional recebeu diversas premiações, dentre elas o título de Repórter do Ano da Aitmap, Comenda Tim Lopes, o de Cidadão Honorário de Uberlândia e foi condecorado, ainda, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais com o Diploma do Mérito Constituinte.

Na década de 90, começou sua trajetória como escritor, publicando o livro “Dona Beija” e desde então já escreveu 6 livros-reportagens que retratam histórias de personalidades ou casos de repercussão na região, como o do Orlando Sabino, “O Monstro de Capinópolis” (2011). O livro reconstitui a história do andarilho que apareceu no Triângulo Mineiro no início da década de 1970 e chamou atenção pela brutalidade com que, liberto no dia 1º de abril de 2011, matava suas vítimas e por um dado curioso: ele quase sempre fugia levando açúcar do local do crime.

Outros projetos

Popó nasceu em Goiânia (GO), mas passou sua infância e adolescência na cidade de Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro. Como forma de valorizar e divulgar a história da cidade, criou o Jornal Picuá, informataivo destinado aos seus conterrâneos que moram em várias parte do Brasil. Realizou o Encontro Nacional do Bagageiro Ausente, por três edições, e em 2010 criou o “Dia do Estrelassulense em Uberlândia”, com o objetivo de reunir os estrelassulenses que residem e trabalham em Uberlândia e homenagear aqueles que de alguma forma colaboraram com o desenvolvimento da cidade.

Outro projeto que podemos destacar é o “Projeto e Programa Toda Sexta”, no extinto Armazém Literário, que tinha como objetivo resgatar a memória e a história de Uberlândia e região. Popó ainda arruma tempo para ministrar palestras e cursos com o tema a “Arte de Escrever” ou para falar sobre grandes coberturas jornalísticas que fez, como o caso do goleiro Bruno, o atleta condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio, em 2010. Suas palestras, segundo explica, são forma de incentivar os mais jovens na carreira jornalística. “O repórter tem que estar sempre atrás de uma história para contar”, diz.

Ação social

Outra iniciativa que Popó se orgulha é de ter sido o idealizador da Casa de Apoio ao Estrelassulense, que acolhe pacientes de Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara que vêm para Uberlândia em busca de tratamento médico no Hospital de Clínicas da UFU – Universidade Federal de Uberlândia. Em 2016 ele convidou 16 amigos para juntos com ele fundarem a entidade assistencial que oferece, gratuitamente, café da manhã, almoço, leito e um lanche aos assistidos enquanto aguardam tratamento médico e a hora de voltar para suas cidades.

Nova formação e novos projetos

Popó também é advogado. Formado pela Faculdade Politécnica de Uberlândia, divide seu tempo entre o trabalho como assessor de imprensa e o escritório de advocacia. Dentre os seus novos projetos estão a conclusão dos livros sobre a cobertura dos julgamentos do Caso Bruno, que ele cobriu como repórter para o Jornal Correio, e sobre o “Bandido da Cartucheira”, lendário matador que apavorou a região nos anos 1980.

Homenagens de Jornalistas e amigos

Popó que ao longo desses 40 anos fez muitas amizades tanto pelo seu jeito educado e carismático de tratar todos, quanto pela leveza e equilíbrio que trouxe ao trabalhar no jornalismo investigativo, também coleciona histórias engraçadas, que hoje são relembradas por alguns amigos:

“Conheci o Pedro Popó em 1985, na extinta Rádio Cultura AM. Ele é um profissional dotado de uma inteligência ímpar. Um dos mais brilhantes jornalistas que convivi, nestes quase 40 anos”, recorda o Jornalista Misac Lacerda da Rádio América, que ainda relatou uma “saia justa” que o Popó vivenciou no seu primeiro dia de trabalho no Grupo TV Triângulo (hoje TV Integração): “No fim do dia, ele que sempre andava com uma capanga (era a bolsa da época), estava na saída da empresa (Bairro Umuarama) e eis que saía da empresa um senhor em um “carrão” e ele pediu uma carona rumo ao centro. No trajeto ele de forma eloquente chamou aquele senhor para a luta de classe e aquele senhor esticou a conversa, pois queria saber quais seriam as principais reivindicações e propostas. Pedro Popó falou até em greve... (risos). No outro dia, Popó foi perguntar aos companheiros de trabalho quem era aquele companheiro do carrão. Popó ficou pálido quando lhe informaram que aquele senhor era simplesmente Luiz Humberto Dorça um dos donos da empresa”.

Neivaldo Silva, o Magoo, que em 1982 trabalhou com Popó no Jornal Primeira Hora e depois na Rádio Cultura, recordou de outra vivência engraçada com o amigo: “Além da “greve com o patrão” e tantas outras peripécias, teve uma em que o Popó emprestou a VW/Variant para um amigo que precisou ir à Araguari. Enquanto aguardava a volta desse amigo, um outro colega de trabalho foi até a TV que fica em frente a Rádio e fez uma ligação fazendo uma pegadinha, dizendo a ele que tinha acabado de comprar a Variant em Araguari e que precisava dos documentos... Popó ficou indignado pelo amigo ter vendido o carro dele e no desespero quase chamou a polícia..., e depois de muito esperar, o amigo apareceu com o carro e disse que a demora foi porque ele estragou na estrada, e assim foi desfeito o mal atendido... Muito bom ter participado das melhores e piores aventuras da sua vida. Grande companheiro, um bagageiro presente.... sempre.”, comenta o Jornalista. 

“Lembro-me do Pedro (Popó) na assessoria da Prefeitura de Muriaé, quando organizou, estatuiu e desenvolveu processo para instalar a Rádio Centenária AM (quem nem chegou a ir pro ar). Mas a amizade foi se estendendo e fortalecendo com o passar dos anos. Ele é uma referência em notícias policiais, assim como meu saudoso pai Agenor Simão (Capitão Charqueada).”, disse o Jornalista, Radialista e Filósofo Gregório José, que são amigos desde o final da década de 80. 

Para o Jornalista Celso Machado, Pedro Popó é dono de um estilo próprio: “Ele se destaca por dois aspectos marcantes, principalmente para quem sempre foi ligado a cobertura policial: a curiosidade sagaz que o leva a pesquisar com profundidade sobre tudo que escreve e pela sensibilidade que coloca em seus textos. Um exemplo disso é o livro que escreveu há tempos sobre o personagem que ficou conhecido como “O Monstro de Capinópolis”. Penso que não deve ser fácil atuar num setor da imprensa que lida com a violência, maldade e pequenez do ser humano e mesmo assim garimpar aspectos mais sensíveis para se posicionar com muita habilidade na tênue divisão entre a brutalidade da notícia e o respeito aos seus protagonistas.”, enfatiza Celso Machado.

Celso parabeniza o amigo tanto por esse marco na sua jornada profissional quanto pela paixão por Estrela do Sul, que faz com que Popó seja um grande contador de “causos” e emérito garimpeiro de histórias interessantes: “É uma pessoa do bem, muito amigo e solidário, sempre disponível para ajudar a todos que fazem parte do seu convívio.”

Hélcio Laranjo, Jornalista e Artista Plástico, também faz questão de homenagear o amigo: “No início da década de 80, eu era repórter da TV Triângulo e estava cobrindo uma matéria policial, quando tive meu primeiro contato com aquele jornalista, a quem chamavam de Popó; Pedro Popó para ser mais exato. Sua pequena estatura não condizia com a grandeza de seus questionamentos durante a entrevista coletiva. Foi a minha primeira impressão. Estava diante de um pequeno homem e de um grande jornalista.  Impressão que se confirmou com o passar dos tempos e, mais ainda, quando fomos colegas de profissão no Jornal Correio. Convivendo diariamente com o Pedro, pude conhecer seu lado humanista e de profunda preocupação com a situação do povo mais humilde. Conheci também o pai de família. Cada faceta que via nele despertava uma espécie de indignação com o seu porte físico. Como alguém tão franzino podia ser tão grandioso naquilo que fazia? A fraqueza era só na aparência.  Lá de dentro vinha toda a força da inteligência, conhecimento, ética, moral e de caridade, que moldaram a sua imensa força.”, relatou Laranjo, que para ele quem ganha é o jornalismo, por ter entre os seus representantes este pequeno e grandioso profissional.

Eliane Mota também tem muita gratidão pelo amigo: “Popó é uma alma generosa. Além, claro, de ser um profissional exemplar. Aprendo muito com ele. Desde o início da minha carreira contei com o suporte e ensinamentos dele. Humildade é o que define Popó.", afirmou a Jornalista da TV Integração.

O Cartunista, Músico, Escritor e Jornalista, Maurício Ricardo, conhece Popó muito bem... desde a sua infância: “Conheci meu amigo Pedro Popó na sua amada Estrela do Sul. Eu, uma criança visitando minha irmã Guacira, que trabalhava no Banco do Brasil. Ele, menor estagiário na agência. Nos reencontramos como jornalistas em Uberlândia numa parceria e amizade longa e produtiva. Popó é parte da minha História. Muito amigo também do meu falecido pai, Luiz Fernando. Sempre manifestando carinho recíproco pela minha mãe, Therezinha. Dividimos Redações por mais de uma década. E mesmo quando deixei o jornalismo local, nossos destinos continuaram se cruzando: Thiago Leite, seu brilhante filho, veio colaborar com minha empresa de Internet e se tornou a segunda geração de amigos queridos da família. Pedro Divino Rosa é um exemplo em vários sentidos. Grande repórter policial, com a carreira já consolidada, cursou Direito, para ir sempre mais fundo e com mais propriedade nas coberturas. Escritor de alma curiosa e texto fácil, vem ajudando a resgatar histórias da região com seus livros.

Para Marcos Maracanã, Jornalista da Band, Pedro Divino Rosa se destaca por sua dedicação e sua capacidade de se entregar à realização de um objetivo. “Popó é um profissional que não mede esforços para fazer um excelente trabalho. Para ele não tem sábado, domingo e nem hora para parar e em alguns momentos precisou deixar a vida pessoal de lado. Popó já abdicou de muitas coisas para ajudar o próximo. É um exemplo como profissional e principalmente como ser humano”, disse Maracanã.  

A Jornalista Cássia Bomfim também relata com muito afeto: “Conheci este grande profissional, amigo e super companheiro há muitos anos, na década de 90... quanta sabedoria, simplicidade e muita presteza. Durante muitos anos, dia a dia, aprendi muito, sorrimos mais ainda e também vivemos momentos tensos (que faz parte da profissão), mas sempre alí, parceiro, amigo e grande fonte... Um dos episódios que vivemos, entre inúmeros outros foi de um sequestro em Patrocínio, quanta adrenalina... Eu era a única mulher repórter em meio a grandes colegas. Uma equipe de Belo Horizonte conduzia os trabalhos e tivemos muita parceria para desenvolver uma grande matéria... Ah! Quantos desafios, muito bom. Obrigada meu amigo! Agora com quatro décadas de trabalho, dizer mais o que? PARABÉNS Jornalista Pedro Divino Rosa, "nosso querido" Pedro Popó. "Ô irmão...", recorda com muito carinho.

Para o Jornalista Amarildo Maciel, que é amigo de longa data e que tem grande afinidade com o Popó é difícil descrever a gratidão dessa amizade e parceria em poucas palavras. Ele recorda com muita alegria de diversas vivências, de diversos amigos e também do apoio que sempre recebeu do Popó em sua vida e no trabalho. Amarildo disse à reportagem que no próximo dia 29, fará questão de parabenizar pessoalmente o amigo tanto pelos 40 de profissão quanto pelo seu aniversário.


Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
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