“Operação Lavanderia dos Sonhos” – 6ª Fase

30 de Maio de 2024 às 12:09

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - Gaeco Regional de Uberlândia, em conjunto com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deflagrou a 6ª Fase da Operação Lavanderia dos Sonhos, com o objetivo de cumprir 02 (dois) mandados de busca e apreensão, assim como de sequestro de armas de fogo e munições.

A investigação que sustentou o oferecimento da ação penal desvendou um complexo esquema de lavagem de dinheiro realizado por integrantes de uma organização criminosa estruturada para lavagem de dinheiro proveniente da exploração do jogo do bicho, com formato empresarial, bem como com rígida divisão de tarefas e relacionamento hierarquizado entre os integrantes. Identificou-se, ainda, que os pontos de venda de apostas funcionavam como loterias clandestina e tinham elementos externos e internos de identificação.

Comprovou-se nos autos do inquérito que existia divisão territorial entre os grupos de “bicheiros” na cidade de Uberlândia e cada uma das organizações criminosas exercia dominação territorial em determinada região do município, com um acordo tácito de não intervenção nos pontos de venda dos grupos concorrentes.

O grupo criminoso denunciado utilizou uma imobiliária situada em Uberlândia para alugar mais de 80 (oitenta) imóveis em diversos bairros da cidade, inclusive na região central. Como forma de identificar os pontos onde era realizada a atividade criminosa desse grupo, o gestor da organização criminosa procedia reforma nos cômodos comerciais, pintando-os com cores características para atrair os clientes. Nesses locais, além dos apontamentos para os sorteios, os vendedores realizavam recebimento, registros das apostas e separação dos valores. Iniciava-se a lavagem do dinheiro ilicitamente auferido por meio de um complexo esquema de recolhimento e de pagamentos das apostas em lojas previamente definidas. O restante do dinheiro era encaminhado para escritórios centrais da organização criminosa, onde se realizavam as demais fases do branqueamento de capitais.

A imobiliária investigada possuía função essencial na estruturação da organização criminosa e no êxito de suas atividades contravencionais, tendo em vista que os gestores da pessoa jurídica eram responsáveis por formalizar contratos de locação dos imóveis utilizados para a exploração do jogo do bicho, bem como para realizar o recebimento dos aluguéis pagos em dinheiro em espécie pelo grupo de bicheiros e repassar os valores aos locatários. A intermediação realizada pela imobiliária conferia segurança aos locadores, pois transmitia ares de legalidade às atividades exercidas nos locais. Em nítido conluio com os contraventores, os gestores e funcionários da imobiliária confeccionavam contratos utilizando nomes de “testas de ferro e de laranjas”, com o objetivo de ocultar a real identidade dos locatários, que eram em verdade os “bicheiros”.

Um dos envolvidos identificados como “testa de ferro”, confessou circunstancialmente a forma de agir do grupo e sua participação na empreitada criminosa, esclarecendo que recebia um salário mensal para “emprestar” seu nome e figurar como locatário de diversas “lojinhas” do jogo do bicho dessa organização criminosa.

Ontem, em decorrência do cumprimento dos mandados judiciais, foram apreendidas e sequestradas 08 (oito) armas de fogo e diversas munições, além de uma arma de pressão irregular.

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Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
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