Médico de Uberlândia é denunciado por importunação sexual

7 de Maio de 2024 às 17:46

Por: Amanda Marques

Mulher, de 42 anos, denuncia médico ginecologista que atende em uma clínica particular de Uberlândia, Minas Gerais, por importunação sexual.

A vítima contou para Dra. Lia Valechi, todo o drama que vivenciou ao procurar a rede pública para fazer um procedimento de histerectomia (remoção cirúrgica do útero), pois estava com fortes dores e sangramento há vários meses. Através de uma parceria com a rede privada, foi possível esse atendimento.

Dra. Lia, durante a entrevista, disse que ao contar essa história gostaria de encorajar outras possíveis vítimas desse tipo de crime e de qualquer outro: “Que você acredite nas autoridades públicas, na justiça e denuncie. É muito importante não se calar diante desses crimes”. A Dra. ainda fez um pedido para que as pessoas compartilhem essa história para que outras vítimas também tenham coragem: “Foi muito importante para essa vítima fazer a denúncia e acreditar que esse médico será punido”

A vítima relatou que na primeira consulta, em novembro de 2023, o médico perguntou seu estado civil e quando ela disse que estava separada há alguns anos, ele fez comentários impertinentes de cunho íntimo: “O médico disse que ele não conseguia ficar uma semana sem transar. Mas que ia me deixar pronta... Que era para eu arrumar um pau pequeno e depois um pau maior.”

Ela falou do seu desconforto com aquela conversa e ele levou no tom de brincadeira. Porém na segunda consulta a conduta do médico foi da mesma forma: interessado no tempo que a vítima estava sem ter relação sexual e usando palavras de forma pejorativa.

A cirurgia foi realizada em dezembro. No retorno, em janeiro desse ano, a situação se agravou: “Entrei e relatei que estava tudo bem comigo, sem sangramento e sem corrimento. Ele disse que tinha que avaliar. Primeiro usou o espéculo (instrumento de exame), e disse que a cirurgia correu tudo bem. Posteriormente voltou a falar que ia me deixar preparada e colocou dois dedos na minha vagina. Chorei. Ele disse que não era para eu achar ruim. Num primeiro momento fiquei bloqueada. Sem reação. Vi que ele estava com ereção. Tive medo dele concretizar o que estava fazendo... Depois tive forças e saí daquele lugar”.    

A vítima não conseguiu denunciá-lo imediatamente. Três dias depois ela o fez para o coordenador do hospital, a fim de que não acontecesse o mesmo com outras vítimas: “Ele me disse que esse médico prestava serviço lá devido a contratação pelo SUS. Deixou a entender que ele não era funcionário do hospital”.  

A mulher então ligou no hospital para marcar uma consulta e confirmou que esse médico fazia sim atendimentos no hospital e denunciou aos órgãos competentes: “Tenho certeza de que não fui a primeira vítima e com certeza não serei a última, porque ele estava muito à vontade no que ele estava fazendo”.

Já existe Inquérito Policial em andamento. O Conselho de Medicina também foi comunicado. 

A Dra. Lia, que tem dado apoio e já conseguiu acompanhamento psicológico para a vítima; disse que não pode divulgar o nome: “Mas, entendo que se alguma mulher passou por situação semelhante, pelo padrão de comportamento, certamente identificará e se sentirá encorajada a denunciar, pois verá que não está sozinha”.

https://www.youtube.com/watch?v=XBGmoQGPbUc

 

Tags: assédio importunação sexual medico uberlandia minas gerais

Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
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