Futebol, paixão nacional!

14 de Julho de 2021 às 21:00

15/07/21

   

Por: Amanda Marques

Fotos: Arquivo pessoal Sidney Vaz

No Brasil umas das paixões é o Futebol, e é com esse esporte que muitos pais tem a oportunidade de acompanhar seus filhos na infância tanto para o desenvolvimento físico quanto emocional, pois há que ter jogo de cintura para trabalhar em equipe e para saber tanto ganhar quanto perder. E foi movido por essa paixão e pelo amor ao filho que Sidney Vaz, por hobby, em suas horas de lazer, treinou equipes dos Campeonatos Internos de Futebol, promovido pelo Praia Clube.

Na realidade, Sidney sempre gostou desse esporte, torcedor do Corinthians, mas amante do futebol arte de qualquer agremiação, começou a jogar e a treinar no Manchester da Vila Madalena em São Paulo, que nos anos 70 e 80 ganhou uma coleção de competições de futebol de salão.

Anos depois, vivendo em Uberlândia, casado, e com o seu filho já com 6 anos, Sidney o matriculou na escola de esportes do Praia Clube. Como sempre está envolvido com esse tema, não demorou muito para formar uma equipe e a partir daí participar dos torneios Sub11, Sub 13, Sub 15 e Sub 17 promovidos pelo Praia. Paralelo a esses torneios, também participou dos Campeonatos do Sesc, sendo campeão em diversas vezes.

 

Na conversa a seguir, Sidney revela como conseguir bons resultados e como o esporte traz experiências para a vida toda entre pai e filho.

Amanda Marques – Qual foi o seu primeiro contato com o futebol? Como você decidiu se tornar técnico? Fez algum curso?

Sidney Vaz - Meu primeiro contato foi na infância, dormia abraçado com a bola dente-de-leite, adorava o cheiro dela rsrsrs.

Como naturalmente exercia uma liderança com jovens da minha idade, conciliava ser jogador e treinador.

A vida foi a minha professora.

AM – Qual é o segredo para trabalhar com crianças/adolescentes? Como era o seu trabalho com os jogadores? O que fazia para motivá-los?

SV – O segredo é resgatar a criança que existe dentro de mim. Afinal, a bola é um brinquedo, portanto, não combina com pressão e tensão. Deve prevalecer a alegria que é o combustível da criatividade conjugada com a inteligência racional e emocional.

A proposta iniciava com uma reunião entre os atletas e pais. Para despertar o espírito de equipe apresentava slides de um veículo possante e perguntava qual era a parte mais importante do carro. A resposta era unânime: o motor.

Mas o motor sozinho já é o carro? Não. Precisa de todas as outras partes, inclusive, de simples parafusos para fixar as rodas.

Então, em um time é a mesma coisa. Precisamos do craque que decide, mas também daquele que embora não seja tão técnico é abundante em raça. Precisamos, sobretudo, daquele que com simpatia e amizade, promove união no time. Enfim, precisamos de todos e nos completamos na diversidade.

Para motivá-los treinava com música, porque afinal, o drible é uma dança.

Explicava que a quadra/campo são espaços geográficos; para chutar e alcançar o efeito desejado precisa-se na batida esmero para descrever um certo ângulo, com uma determinada força.

Destarte, se for um bom aluno na escola, o raciocínio rápido favorece a movimentação sem a bola e faz a diferença. Craque na bola, craque na escola.

AM – Quais campeonatos vocês ganharam? Teve algum jogador que seguiu profissionalmente? Teve algum destaque?

SV – Em Uberlândia vários em todas as categorias, no Praia e no Sesc.

Em São Paulo, o Manchester era um time vencedor; dentre os inúmeros títulos, destaca-se a Copa Mauro Borges com 64 participantes.

Do Manchester, o Marcelo foi jogar nos Estados Unidos.

Do PCGA - Pequenos Craques & Grandes Amigos (Praia Clube), destacaram-se Gabriel Brasão convocado para a seleção brasileira sub-17 e sub-20, Yuri Junqueira, que joga em Dubai, Mau-Mau, que esteve no Audax, Claúdio Ítalo com passagem por vários clubes, Breno, e muitos outros potenciais craques que não quiseram seguir carreira.

AM - Você era um pai/técnico protetor? Como você lidava com as duas funções em campo e em casa? Seu filho entendia? E como ficava o coração de pai?

SV – Nunca enganei meu filho. Não simulava que fazia gol em mim debaixo das pernas, só para alegrá-lo. Explicava que quando fizesse seria de verdade, e quando crescesse iria fazer quantos quisesse.

Na quadra/campo a relação pai e filho ficava em segundo plano, a hierarquia era treinador e atleta.

Interessante, como pais interferem e só veem os seus pupilos. Na primeira competição no campeonato interno do Praia, os pais de um menino que jogava pouco tempo, questionaram e acreditaram que meu fixo, era o meu filho, pois além de ser o capitão, raramente era substituído. Fui interpelado com veemência que estava protegendo o meu filho, no entanto, passaram vergonha quando apresentei meu filho, que por ser o mais novo era o que menos jogava.

Ser filho não pode representar nem proteção, nem punição. Nos eventos que ele estava em melhor forma era titular por méritos dele.

Meu filho sempre me entendeu e respeitou minha forma de pensar.

AM - Quais são as principais lições que você tem dessa época? O que você ensinou? O que você aprendeu?

SV – O esporte é um ambiente onde se ensina valores para a vida.

Ensinei a se respeitarem dentro da equipe e também aos adversários, a terem lealdade, honestidade, a cultivarem a amizade.

Aprendi muito com eles e destaco a importância de estar atento para corrigir a formação de pequenos “ditadores”, que sem a percepção dos pais ficam propensos a formar “panelinhas”, a excluir colegas, exercendo caprichos e querendo copiar maus exemplos de atletas consagrados. O aprendizado é mútuo nessa relação treinador, atletas e pais.

 

*Sidney Vaz, é graduado em Administração, pela Faculdade Princesa Isabel em Moema, São Paulo (atual Faculdade Ibirapuera), é casado com a Vandelia, pai do Arthur, hoje com 20 anos e estudante de Logosofia.

 

   


Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
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