Correções na infância: 5 coisas que devemos evitar e 5 coisas que devemos praticar

17 de Junho de 2021 às 21:00

Artigo publicado pela Editora Lire, no dia 14/06/21 – escrito por Cirene Borges Barra – Docente da Fundação Logosófica sede Uberlândia/MG

18/06/21

 

Fotos: arquivo pessoal Cirene Borges Barra

Gosto muito de ser educadora, mãe e agora avó. Sempre realizei esse papel, tão importante e sublime, com atenção especial e muito amor. Por isso, estudar sobre esse assunto me encanta! A Logosofia me oferece elementos preciosos para a reflexão sobre esse tema tão desafiador.

Considero a prerrogativa de educar os filhos, ou seja, as crianças, uma dádiva de Deus, porque faz parte do processo evolutivo do ser humano, do que educa e do que está sendo educado.

Sabemos que essa pequena fase da vida, que é a infância, é importantíssima e que os primeiros estímulos que a criança recebe são fundamentais na formação do caráter. O pequeno está em pleno desenvolvimento da sua inteligência e apto a aprender muito. Por esse motivo, a responsabilidade do educador é enorme. Os efeitos da educação vão aparecer na adolescência, na juventude e na fase adulta.

Conhecer aspectos importantes que a Logosofia apresenta dá segurança ao educar. Neste artigo, vou compartilhar uma parte do que estou aprendendo, contando 5 coisas que precisamos evitar e 5 coisas que precisamos praticar. Vamos lá?

O que evitar?

  1. Ameaçar e atemorizar: A ameaça nos faz usar falsos argumentos, que não educam, apenas reprimem. O temor tem o poder de paralisar e travar as faculdades da mente, atrofiando a inteligência e a faculdade de pensar. A criança pode obedecer por medo da ameaça, mas não aprende a ponto de modificar a conduta e experimentar os benefícios da mudança.
  2. Repetições rotineiras: Muitas vezes, a criança não ouve, porque somos cansativos, chatos e repetitivos. Estamos tão cansados do labor diário, que não temos mais energia para pensar e atuar com paciência e acerto. A repetição deve ser inteligente e estimulante, variando sempre os recursos.
  3. Gritos e discussões: Os gritos e discussões assustam, e a criança se habitua e passa a atender só pelo grito - e faz igual, quando quer conseguir algo.
  4. Promessa: A promessa como recompensa não corrige. A criança tem que entender a necessidade da mudança, explicando sempre as vantagens, dentro de uma realidade que ela seja capaz de entender. Assim, vamos, aos poucos, construindo dentro dela a necessidade de modificar a conduta.
  5. Impulso em corrigir na hora em que vive uma dificuldade: Muitas vezes, atuamos apenas quando a criança erra. A correção deve ser preventiva e estimulante, explicando sempre o motivo pelo qual deve atuar bem.

Como devemos fazer então?

  1. Oferecer explicações à criança: Toda atuação equivocada requer uma correção, explicando o que é correto e as consequências da atuação equivocada, pois a criança não tem noção do que é certo ou errado. A sua razão está em formação. O docente, que educa e corrige, deve fazer com que a criança se sinta segura e capaz de acertar!
  2. Correção de forma isolada: A criança deve ser corrigida separadamente, sozinha, e nunca na presença dos demais, para não se sentir humilhada. Essa atitude consciente, por parte dos pais e educadores, revela respeito e discrição. Assim, a criança passa a confiar em quem a corrige e em si mesma, criando uma ponte de confiança e afeto, o que facilita o trabalho de correção.
  3. Antes de corrigir, escutar: Temos que aprender a ouvir a criança. É sempre muito importante o que ela nos expressa, dando oportunidade para dizer o que se passou com ela e de explicar o que aconteceu. A mente infantil deve estar livre do temor, para escutar e receber o elemento útil. É muito importante observarmos a sua parte de razão, pois a obediência deve ser inteligente, e não cega. Deve entender a necessidade e a importância da mudança, para obedecer.
  4. Escolher a hora oportuna para corrigir - ser estimulante: O estado interno de quem corrige e o da criança devem estar serenos; por isso, algumas vezes devemos dar tempo para nos acalmarmos, pois a mente agitada não ouve, não aprende, não ensina e não é capaz de corrigir.
  5. Não se desgastar com pequenas coisas: Se a criança gosta de escolher o sapato, por que criar um mal-estar por isso? Há situações que são resultado das tendências de determinadas fases da infância e passam rápido, e os educadores devem entender, encaminhando-as sem desgaste, sabendo que determinados comportamentos são naturais.

Esses são alguns pontos que destaquei do meu estudo e experiência.

A Logosofia oferece vários outros!

Devemos sempre pensar que o essencial é realizar um delicado e minucioso trabalho interno com os pensamentos que estão nas nossas mentes, com muita paciência, escolhendo os melhores no momento de corrigir, pois temos uma fonte inesgotável de recursos, os quais, pelo esforço que o amor impõe, vão surgindo quando necessitamos deles. É importante considerar que aprendemos muito, todos os dias, enquanto nos esforçamos para ensinar e corrigir os nossos filhos.

Corrigir é ensinar, com amor consciente, a quem ainda não aprendeu bem!

Fonte: https://editoralire.com/

https://editoralire.com/blogs/news/correcoes-na-infancia-5-coisas-que-devemos-evitar-e-5-coisas-que-devemos-praticar

*autorizada pela autora a publicação do artigo. 

 

 

 


Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
contato@amandamarques.com