Casa da Cultura de Estrela do Sul obtém cópia da certidão de óbito de Dona Beija

13 de Janeiro de 2025 às 19:48

Foto: casa onde morreu Dona Beija I acervo: Jornalista Pedro Popó

A Casa da Cultura de Estrela do Sul recebeu hoje (segunda-feira, 13) cópia da certidão de óbito, emitida por registro tardio, de Anna Jacinta de São José, a famosa Dona Beija, falecida nessa cidade no dia 20 de dezembro de 1873. O registro do óbito foi feito pelo Cartório de Registro Civil da comarca atendendo a uma determinação do juiz de Direito da vara única, Cássio Macedo dos Santos, que acatou a um requerimento do Ministério Público. O pedido do fornecimento da cópia para a Casa da Cultura foi feito pela direção à Promotoria da comarca.

Segundo o jornalista Pedro Divino Rosa, o Pedro Popó, dirigente da entidade, a cópia do registro do óbito ficará exposta ao público apenas aos finais de semana, juntamente com uma cópia da ação ajuizada pelo Ministério Público em 2023 e com outros documentos referentes a passagem da personagem por Estrela do Sul. Dentre eles estão os originais do requerimento em que Dona Beija pede à Câmara Municipal o ressarcimento do dinheiro pago por ela para construir uma ponte sobre o Rio Bagagem e uma fotografia original rara dela tirada em 1873.

A sentença autorizando o registro de óbito tardio com a consequente expedição da certidão de óbito foi prolatada pelo juiz de Direito Cássio Macedo da Silva no dia 6 de março do ano passado. A ação requerendo a expedição partiu do então promotor de Justiça da Comarca, André Luís Alves de Melo, ajuizada no dia 2 de junho de 2023 e a sua emissão foi feita no dia 10 de dezembro passado pelo Cartório de Registro Civil. Ao justificar o pedido do registro tardio do óbito, a Promotoria Pública juntou cópias do inventário e do testamento de Dona Beija e informações prestadas pelos cartórios de Registro Civil.

Anna Jacinta de São José, conhecida por Dona Beija, nasceu em Formiga (MG) no dia 2 de janeiro de 1800. Era filha de Maria Bernardo dos Santos e de pai não declarado. Jovem ainda, ela mudou-se para Araxá, onde sua fama se espalhou pelo país. Raptada por um ouvidor, tornou-se mulher dele e, segundo conta a história, o teria influenciado a devolver à Província de Minas Gerais o território que hoje constitui o Triângulo Mineiro. Ela mudou-se para Estrela do Sul por volta de 1853, fascinada pela corrida ao diamante que ocorria na localidade e faleceu vinte anos depois em consequência de uma inflamação renal.

A Casa da Cultura de Estrela do Sul foi fundada em 1985 pelo historiador Mário Lúcio Rosa, falecido em abril de 2023. Um ano antes, ele e seus irmãos e um grupo de moradores criaram um movimento para conscientizar a população a preservar o patrimônio histórico do município. A entidade funcionou num casarão alugado pelos irmãos até 1995, quando desabou ficando sem lugar próprio até 2016, quando então ele e o irmão Pedro Popó construíram com recursos próprios uma sede no Bairro Bagaginha, A Casa da Cultura possui o Museu denominado Irmãos Rosa, uma biblioteca e um arquivo público com vasta documentação.

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Amanda Marques

Jornalista, Fotógrafa e mãe do Thalles
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