17/10/2021
Por: Amanda Marques
Fotos: Beto Oliveira e arquivo Carlos Guimarães Coelho
Com três décadas de pioneirismo, paixão e luta na arte em Uberlândia, produtor realiza esse mês produção local do espetáculo "Jurassic Safari Experience" no Uberlândia Shopping
Um dos maiores incentivadores da cultura em Uberlândia, o produtor e jornalista Carlos Guimarães Coelho, completou, em abril deste ano, 30 anos de atuação na cidade e região. O Jornalista já promoveu grandes espetáculos, locais e de fora, e ao longo desse tempo construiu uma base muito sólida, tanto com as companhias de teatro/eventos quanto com os próprios artistas, músicos, diretores e principalmente o público.
O jornalista sempre atento às produções artísticas, muitas vezes conseguiu que Uberlândia fosse palco de grandes espetáculos, antes mesmo de muitas outras capitais brasileiras e até mesmo do eixo Rio-São Paulo. Várias turnês brasileiras começaram pela cidade, como foi o caso de “Dorotéia”, com Rosamaria Murtinho, Letícia Spiller e grande elenco, entre dezenas de outras, que escolheram Uberlândia como ponto inicial das viagens. E, apesar de disputada até mesmo por capitais, foi aqui onde aconteceu a estreia nacional do musical “Conserto Para Dois”, com Claudia Raia e Jarbas Homem de Melo em pouco antes do início da pandemia.
O produtor trabalha com equipe enxuta, não tem a estrutura que costumam ter as grandes produtoras de outras cidades do país. Tem na sócia Maíra Pelizer um grande apoio e seus colaboradores são esporádicos e convidados a cada evento. Para realizar a sua “curadoria”, ele procura conhecer um pouco do espetáculo, quando não é possível assisti-lo com antecedência, recorrendo às críticas e aos comentários de amigos que tenham visto. Eventualmente, ele se desloca para São Paulo ou Rio para isso. Mas, quase sempre, é recomendado pelos maiores produtores do país, que já trabalharam com ele e atestam a sua credibilidade, competência, comprometimento e profissionalismo. Até por conta disso – e também pela afinidade com a área – acaba se tornando amigo pessoal de alguns destes produtores e também de vários artistas.
Carlinhos é um profissional detalhista, organizado e comprometido com todos os projetos que trabalha, e é sempre muito discreto. Gosta de cuidar pessoalmente de todas as etapas que envolvem a produção de um evento. Não é de se estranhar que o público ora o encontre na recepção do teatro, ora na coxia... E por aí vai... parece que ele se multiplica... e com uma leveza ímpar. Muitos que não são desse “métier”, com certeza, já o encontraram na bilheteria, mas por certo nem imaginavam que aquele moço de olhar sereno e afetuoso que os atendia, era o grande responsável por tudo aquilo. É assim que ele se sente bem, ou seja, poder ver bem de perto todo aquele frisson e toda a magia daquela sensível experiência, que para muitos é a primeira vez: “Aprendi cedo que o maior retorno dessa atividade é emocional. Perseguimos outro tipo de riqueza, tão subjetiva quanto a própria arte”.
O produtor, na verdade, pode ser chancelado como um empreendedor pioneiro na cidade. Ele abriu portas por onde vários outros artistas, grupos e agentes culturais, passaram a entrar, algumas delas abertas até hoje: “Participamos de discussões antigas, bem anteriores à implantação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, lá atrás, primeiro com o vereador Isaías e depois, emplacando mais efetivamente, com o vereador Geraldo Rezende Júnior. E anos depois, coincidentemente, realizamos os primeiros projetos dessa lei, o ‘Todos em Cena’ e o ‘Jazz de Verão’. Estivemos também entre os primeiros projetos a serem incentivados por grandes empresas locais, por meio das leis estadual e federal de incentivo à cultura. Criamos tradição de patrocínio de algumas empresas locais, inauguramos e reinauguramos espaços de apresentações, fizemos eventos grandiosos como as três edições do festival ‘Udi em Cena’, o ‘Todos em Cena’, o ‘Jazz de Verão’, entre outros. Alavancamos parcerias que até hoje se mantêm como parceiras da cultura local, enfim, investimos criatividade, coragem e originalidade para fazer a coisa acontecer”.
Olhando pra trás, o produtor avalia com surpresa a sua trajetória. Para ele próprio é inacreditável que tanta coisa tenha acontecido em um espaço de três décadas. Foram centenas de espetáculos, além festivais de artes cênicas, de música, coordenação de espaço cultural, premiações e reconhecimentos, autoria de livros, tudo paralelamente à sua carreira de jornalista, que também lhe consome muito do seu tempo: “Eu mesmo fico surpreso que tenha conseguido fazer tantas coisas em Uberlândia. E com muitas adversidades. Muita gente observa de longe e acredita que é um trabalho leve e de muito glamour. Mas, na verdade, é denso, de muita luta e dificuldades. E nem sempre com o retorno que imaginam”.
Ele disse que se pudesse voltar no tempo, não faria muita coisa diferente não. Considera que hoje tem mais maturidade, pessoal e profissional, e talvez isso alterasse um pouco os rumos das coisas, mas as escolhas seriam basicamente as mesmas. Segundo o produtor, não se arrepende de suas decisões nas “esquinas da vida”: “Foram muitos momentos em que tivemos de realizar escolhas, tipo continuo nessa cidade ou em outra, aceito essa proposta ou aquela, mas acho que tem essa coisa de sina, de não lutar contra o seu destino, mesmo que ele não seja exatamente como você o idealizou. Claro que eu poderia ter escolhido caminhos que trouxessem mais retorno financeiro, mais prosperidade, mas não adiantaria se não trouxessem prazer. A gente trabalha o tempo todo, na verdade a maior parte da vida, daí é preciso que seja um trabalho movido pelo prazer”.
O produtor diz que aumenta a responsabilidade saber que o público de Uberlândia ainda está em formação. Ele contou que sempre tem alguém em cada sessão indo ao teatro pela primeira vez. E relatou também sobre pessoas que foram ali pela primeira vez e nunca mais pararam de ir: “Alguns vão ao teatro para ver o artista famoso. E acabam se encantando pela peça. Daí, criam o hábito de assistir outras, mesmo que não tenham famosos no elenco. E nossa meta é exatamente despertar o interesse pelo teatro e não pela fama que o artista possui. É gratificante ter sucesso de público em peças maravilhosas como o musical Suassuna o Auto do Reino do Sol, que não tinha nenhum ‘famoso’ no elenco. Tivemos outras experiências assim. Então o nosso trabalho é meio esse mesmo, de formar plateias e também de tornar a cidade mais conhecido no universo cultural brasileiro. Até por isso o nome da nossa programação é ‘Uberlândia na Rota do Teatro’”.
Mas, ele também lamenta que muitas vezes a cidade seja desinformada ou equivocada em relação à arte: “Foi ruim perceber que boa parte das pessoas daqui não sabia, por exemplo, quem era Bibi Ferreira. Quando a trouxemos, nos deparamos com muita gente que não tinha ideia de quem ela era. E isso aconteceu com outros grandes nomes das artes cênicas que trouxemos à cidade. E é ruim também quando as pessoas misturam as coisas. Foi traumática a experiência de ver pessoas fazendo campanhas de boicote a espetáculos simplesmente por que os artistas em cena não eram favoráveis a determinado governo. A gente já trouxe artistas de várias linhas ideológicas. As pessoas não deveriam confundir o que o artista é e o que ele pensa em sua vida particular com o seu trabalho artístico. É um desserviço querer rotular artistas e impor que eles ajam dessa ou daquela forma”.
Sua história
Nascido em Uberlândia, é o caçula de uma família de seis irmãos, dois deles precocemente falecidos em acidentes. Sua mãe, Suzana Guimarães, cuidava da casa e dos filhos, enquanto seu pai, Aguinaldo Coelho Pereira, trabalhava como motorista. Durante muito tempo, era o pai quem levada as apostas lotéricas para serem registradas em Belo Horizonte. Nas férias escolares, Carlinhos pegava carona com o pai e se hospedava na casa de um tio que morava na capital. Para ele, estar em uma grande cidade era uma experiência fascinante, pois desde criança já era muito urbano e sonhava em ver Uberlândia desenvolvida: “A cidade cresceu de maneira vertiginosa. Sempre digo que o desenvolvimento cultural não acompanhou esse acelerado progresso. Por que não acompanhou mesmo. É inconcebível que uma cidade do porte de Uberlândia tenha apenas um teatro, enquanto outras até bem menores têm quatro ou cinco casas de espetáculos. Aqui não temos um jornal impresso diário, e cidade bem menores têm às vezes três ou quatro. Tudo aqui é muito incipiente. Ainda temos um longo caminho a percorrer para nos tornarmos um polo cultural na região”.
Seu primeiro olhar contemplativo para a arte veio antes da escola, pois foi alfabetizado pela atriz Bibi Ferreira, por meio da televisão, onde ela tinha um programa educativo. Depois de adulto, ele teve a honra de trazê-la a Uberlândia, conhecendo assim, pessoalmente, a sua "primeira professora". Na escola primária já escrevia "pecinhas" e realizava apresentações, no Grupo Escolar Coronel José Teófilo Carneiro. Mas, o despertar mesmo para a Cultura surgiu a partir da antiga 5ª série do 1º Grau (hoje 6º ano do Ensino Fundamental II), quando estudava na Escola Estadual Prof. José Ignácio de Sousa e a professora de Educação Artística, Léa Barbosa, organizava festivais. Naquele ano, depois dos alunos se prepararem para a encenação de “Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato, foi feita uma seleção e Carlos foi o escolhido para interpretar o papel do “Pedrinho”. Outra professora que teve influência nessa trajetória, foi a Clara, conhecida com Dona Clarinha, que ao ministrar suas aulas de Inglês utilizava a música e o teatro como ferramentas de trabalho. Muitas vezes essas apresentações preparadas pelos alunos, além de serem apresentadas para toda a escola, eram também encenadas no palco do Teatro Rondon Pacheco. Além dessas duas escolas, o produtor estudou na Escola Estadual de Uberlândia, o Museu, e na Escola Estadual Messias Pedreiro, além de outras da rede particular. No ensino superior, ingressou para o curso de Letras, na UFU – Universidade Federal de Uberlândia, e para o curso de Jornalismo, na antiga FIT – Faculdades Integradas do Triângulo, atual Unitri – Centro Universitário do Triângulo.
Guimarães também viveu na pré-adolescência uma de suas “esquinas”, quando teve de tomar uma decisão que alteraria o seu destino: “Houve um curso de teatro com um ator de Rede Globo, Lauro Góes, galã das telenovelas da época. Eu era a pessoa mais jovem ali, com 12 anos, e a Dona Chiquinha a mais velha, se não me engano com 65. Ambos acabamos tendo a especial atenção dos demais participantes e do professor. Houve então um convite para que eu fizesse um teste na Rede Globo. Eles estavam escalando o protagonista da novela Meu Pé de Laranja Lima. Quase fui. Mas, eu mesmo decidi não ir. A família estava enlutada pela perda de uma irmã em acidente de carro. E isso seria para eles como perder mais um filho. Daí, segui minha vida por aqui mesmo.”
Carlos leva tão a sério a profissão de ator que foi exatamente por entender sua complexidade que ele desistiu de sê-lo. “Acalentava esse sonho sim. Mas era um sonho de infância. Depois, um pouco mais adulto, percebi que um artista tem de ser completo. Nem todos são, mas os grandes são. E eu tinha uma voz pequena. Não cantava e nem dançava. Lembro de ter feito um teste para o primeiro elenco do musical Os Saltimbancos, mas acabei indo para um papel secundário, pois era meio desafinado (risos) Ou seja, se eu quisesse ser o ator que pretendia ser, tinha de ter todos estes elementos. E em uma autocrítica percebi que não os tinha. Daí, saí do teatro mas o teatro não saiu de mim. Logo, tanto no jornalismo como na produção, eu passaria a atuar nos bastidores da cena cultural.”
O Começo
Sua primeira produção oficial foi o musical “Mulheres de Holanda”, em abril de 1991, espetáculo no qual nove mulheres atuavam, cantavam, tocavam instrumentos e dançavam. Era a reinauguração do Teatro Vera Cruz, depois Teatro Grande Otelo: “Na noite de estreia uma tempestade dividiu a cidade ao meio. Teve umas das históricas enchentes da avenida Rondon Pacheco. Dos 25% de ingressos vendidos, não compareceu metade. Mas aprendi que o coroamento de uma boa produção extrapola as suas questões financeiras. No dia seguinte, fila dobrando quarteirão e três sessões extras. Estavam previstas quatro sessões e acabaram sendo sete”.
Neste mesmo primeiro ano como produtor, ele promoveu dois shows: Nana Caymmi e Nelson Gonçalves, entre vários outros eventos ao longo desses 30 anos: “Foram centenas de produções. Ocupamos espaços, improvisamos locais, transformamos um centro de convenções em teatro, com arquibancadas carpetadas, vindas de São Paulo. Chegamos a construir, no pátio do Colégio Nacional, um teatro de arena para ser ocupado exclusivamente em um fim de semana, recebendo o espetáculo Doroteia. Foram muitas realizações, por mais que alguns não as vejam, por mais que alguns as reneguem. É de se orgulhar do caminho percorrido e das portas abertas que assim permanecem até hoje. Levamos tombos, nos erguemos de todos. Obtivemos sucesso. Acima dele, o prazer em cada realização. E o que nos move na vida é o prazer de vivê-la!”
Carlos acha difícil escolher um espetáculo que tenha trazido e considere inesquecível. Se orgulha de 99% deles, mas acaba cedendo à “pressão” da reportagem e menciona alguns. Foi uma grande honra, por exemplo, ter tido experiência em três espetáculos com um ‘senhor” ator brasileiro chamado Matheus Narchergaele. Embora tenham sido três momentos muitíssimos especiais, o primeiro deles foi incrível e tinha com ele ninguém menos que Paulo José. Era a peça ‘A Controvérsia’, um espetáculo memorável. Foi lindo ter também o musical ‘Eta Moleque Bamba’, sobre a vida do nosso conterrâneo Grande Otelo. O ‘Estórias Roubadas’, com Beatriz Segall e Rita Elmôr. Foi incrível, o ‘Variações Enigmáticas’, com Paulo Autran e Cecil Thirê. Ficou para sempre na memória, as duas vindas da Nathália Timberg, as memórias de Tônia Carrero, ‘O Diário de Um Louco do Diogo Vilela, o ‘Nijinsky’ de Luiz Melo, ‘O Zelador’ de Selton Melo, a Clarice de Aracy Balabanian, a ‘Amália Rodrigues’ de Bibi Ferreira, a ‘Master Class’ de Cristiane Torloni, o ‘Som e a Sílaba’ de Alessandra Maestrini, a ‘Gota D´Água’ de Laila Garin, nossa chega a ser injusto não citar tantos outros... Foram muitos, muitos momentos extremamente emocionantes. Já escondi muitas lágrimas nesses bastidores. Isso sem mencionar os shows musicais e as experiências com espetáculos de dança, como com o Grupo Corpo, a Cia Deborah Colker, Ana Botafogo, Carlinhos de Jesus e várias outras. É muita história!”
Outros projetos
Como produtor foi além, no início da década de 2000 abriu o espaço “Estação Cultura”, inovando também na noite uberlandense, com uma tendência pouco explorada na cidade, de um espaço que oferecia diversão, entretenimento e arte. Funcionou por três anos. “Foi uma experiência incrível. Infelizmente não durou muito por falta de experiência administrativa mesmo da minha parte, reconheço isso, e por um problema societário. Mas, valeu cada minuto do tempo em que existiu. Muita coisa boa aconteceu ali. Até que, depois de muita luta, em um show lotado e lindo da cantora Leny Andrade, decidi fechar. Queria fechar em um momento no ápice. Anunciei para as pessoas que funcionaríamos apenas mais uma semana. Daí, os próprios frequentadores cuidaram de promover a noite de ‘despedida do Estação Cultura’. Foi uma coisa linda, assim como todo o tempo em que funcionou. Momentos inesquecíveis.”
Carlinhos estende sua atuação cultural para as letras e o jornalismo. Publicou, por exemplo, suplementos especiais para várias edições do “Festival de Dança do Triângulo”, onde também já trabalhou como produtor, assim como criou e editou suplementos para o Arquivo Público Municipal e para o Carnaval de rua da cidade. Também publicou alguns livros, com o foco em cultura e em memória. Foi assessor de comunicação da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia. Primeiro assessor da Secretaria Municipal de Cultura. Produtor do programa Cidade Especial, da TV Universitária, produtor da TV Triângulo (atual TV Integração). Além de ter trabalhado por vários anos no extinto Jornal Correio de Uberlândia, onde foi repórter especial, editor de Cultura, editor de suplementos, editor de Domingo até, nos últimos anos do jornal, permanecer como colunista semanal. Obviamente, sua coluna era com o tema cultura.
Há 10 anos presta serviços como autônomo, principalmente para o publicitário Celso Machado, produzindo os conteúdos da revista “Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre” e de outras publicações da produtora Close, além de outras prestações de serviços jornalísticos para empresas, clubes, etc.
A pandemia
Com a pandemia, inicialmente Carlos Guimarães, como a maioria, sentiu um baque e não parava de pensar em todos os profissionais envolvidos com a Cultura e no quanto a Arte seria importante para o emocional das pessoas naquele momento: “Quando a pandemia surgiu, estávamos a uma semana das apresentações da Cia de Dança Deborah Colker, já com toda a produção montada. Daí, veio o comunicado do fechamento e depois todo aquele isolamento social. E lá se vão dois anos. Nesse período, na parte cultural, cheguei a fazer alguns trabalhos, como projetos e captação de recursos, para alguns artistas e também realizando alguns ‘bicos’ de jornalismo e algumas experiências no ambiente da internet. E permaneci fechado também. Presenciando a situação lastimável de muitos trabalhadores da cultura em Uberlândia, que não tinham como trabalhar e nem outra forma de receita, movimentamos o coletivo de artistas e produtores “Cultura Luta”, um movimento em prol dos artistas e técnicos da cidade, e fizemos a live “Mova Uberlândia”, com comercialização de obras de arte e apresentações artísticas de pessoas de todo o Brasil, até mesmo de muita gente famosa que já se apresentou por aqui. E foi muito bacana. Acho que chegou a amenizar, pelo menos por um mês, a situação de alguns trabalhadores da área. Mas, a programação do “Uberlândia na Rota do Teatro” ficou parada. Ela já estava definida para aqueles primeiros meses da pandemia. Agora, devem ser remanejadas para 2022. Não deverá ser um reinício fácil. É um processo de reconquista. Mas, os profissionais da área já estão habituados a viverem no limite, a terem a esperança como matéria-prima e a conviver com a incerteza do sucesso. Prova disso é a forma como a arte se impôs nestes tempos de pandemia. Mesmo com muitos amargando dificuldades, ela permaneceu presente de forma virtual na vida das pessoas. Para mim, particularmente, não tem como viver distante disso”.
Depois de quase dois anos sem a experiência presencial, o produtor se dedica à realização de um evento no formato drive-in, para o qual foi contratado por uma das empresas parceiras de São Paulo. O espetáculo, Jurassic Safari Experience, é destinado ao público infantil e infanto-juvenil e acontecerá no formato drive in, entre os dias 28 e 31 de outubro, no estacionamento do Uberlândia Shopping. O produtor se revela otimista com esse trabalho e com a perspectiva de reabertura dos eventos, divulgada dia 13 pelo Prefeitura de Uberlândia. Ele acredita que, mesmo com a liberação, os eventos no teatro devem retornar apenas ano que vem. “O teatro de Uberlândia é público e, como tal, ele tem uma política de ocupação democrática. Deve ser lançado um edital para os interessados e depois ainda há o período de inscrições, o de seleção, etc., de modo que, com esse trâmite, creio eu, esse edital provavelmente irá prever a ocupação para os primeiros meses do ano que vem. Não sei o que nos aguarda, quem nos aguarda e de que forma, mas a gente segue na luta. E com a expectativa de termos tão boas oportunidades culturais como as tantas que tivemos ao longo destes 30 anos”.
Tags: teatro carlos guimarães coelho