A história do Projeto Picuá
O dia em que um vereador estrelassulense foi reconhecido em Belo Horizonte
Em 1984, então vereador à Câmara Municipal de Estrela do Sul, o jornalista Pedro Divino Rosa, o Pedro Popó, que tinha 23 anos, propôs ao Legislativo de sua cidade um projeto o qual denominou de “Picuá”, numa alusão ao canudo de cipó Imbé que os garimpeiros usam para guardar diamantes, que consistia na preservação do patrimônio histórico do seu município dada a importância da localidade, conhecida pela fama de suas lavras diamantíferas, por ter sido o lugar onde Dona Beija morreu e ainda por conservar um belo casario de estilo colonial.
O projeto foi aprovado, tornou-se lei e foi o embrião da transformação de Estrela do Sul em cidade histórica mineira, conforme é do conhecimento da população estrelassulense. A iniciativa foi tão positiva que em razão da sua importância para a Cultura, o então vereador decidiu apresentá-lo às Câmaras Municipais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba para falar aos seus parlamentares sobre a matéria e acabou, naquele ano ainda, por percorrer 16 municípios da região.
Por cada casa legislativa onde passava, o jovem vereador falava da experiência em Estrela do Sul e incentivava os seus pares regionais a fazerem o mesmo. O projeto acabou inspirando várias cidades, dentre elas Uberlândia, que instituiu a Lei do Patrimônio Histórico, Indianópolis, que iniciou um movimento para a preservação da igreja de Sant´Anna; Monte Alegre de Minas, que começou a mostrar a importância do Cemitério dos Bexiguentos; Romaria que divulgou mais a sua cultura religiosa e em Campina Verde, que preservou a Casa dos Padres.
O trabalho do então vereador foi longe, ganhou o reconhecimento estadual e chegou a Belo Horizonte. No dia 13 de dezembro daquele ano, às 10 horas, convidado pelo então vereador Arutana Cobério, Pedro Divino Rosa adentrou ao plenário da Câmara Municipal da Capital, e falou aos parlamentares sobre a sua caminhada em defesa do patrimônio histórico da sua região. Saiu muito elogiado. Cópia da ata da reunião legislativa se encontra no Museu Municipal de Estrela do Sul, guardada pelo então secretário da Cultura e Turismo, Mário Lúcio Rosa.
Anos mais tarde, o Projeto Picuá do estrelassulense inspirou a criação da Aliança Municipalista de Defesa do Patrimônio Histórico do Triângulo Mineiro, sediada em Uberlândia, e composta por várias Câmaras Municipais com o objetivo de se preservar a cultura, a história e a memória das localidades que a integravam. A Aliança Municipalista existiu até o início da década de 1990, quando foi extinta.
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